quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A ARQUITETURA E O DESIGN DA CHINA CONTEMPORÂNEA

Há milênios, ao alvorecer, eles praticam tai chi chuan, uma arte marcial que se perpetua de geração em geração. Esse e outros hábitos ancestrais cultivados ainda hoje convivem com alguns típicos de uma turma plugada no mundo contemporâneo. A mistura irresistível na arquitetura, na moda e no design resulta em trabalhos autorais consistentes.

São baseados em muita pesquisa e tecnologia, porém sem jamais perder de vista o espírito oriental. Integrantes de uma sociedade cada vez mais poderosa no cenário econômico e político global, os chineses testam usos diferentes para materiais tradicionais, como o bambu, apostam no aço como matéria-prima, cobiçam o mundo!

Modernidade rural. Envelopada por faixas de concreto branco, que revelam corredores abertos e amplas vidraças, a casa projetada pelo AZl Architects descortina a paisagem pelas curvas suaves, referência aos antigos pergaminhos.

Ar futurista. O designer industrial Zhang Zhoujie bolou móveis multifacetados de aço. Cortadas a laser e soldadas, as peças resultam em cadeiras como esta.

De bambu. Lâminas de diferentes comprimentos, coladas pelas pontas, formam o banquinho assinado pelo AtelierChen Min. Na base, um caule da planta dá firmeza ao arranjo
O rouxinol real. Uma antiga fábula deu origem à luminária do estúdio Neri & Hu. A trama de bambu remete à gaiola feita por um imperador para seu pássaro.

Ventinho suave. Inspirado no skyline de Xangai, o designer Carl Liu confeccionou um leque que traz o desenho dos 28 edifícios mais famosos da cidade. ao ser aberto, vai descortinando um a um. Custa US$ 25, direto no site.

Aceita um chá? Os copos cerâmicos do estúdio Koan Design têm isolamento interno para manter o líquido quente eum enfeite de borracha que protege as mãos do calor.

Dobraduras. Em sua coleção de estreia, a designer Min Wu teceu peças esculturais, marcadas por pregas, fendase cores esmaecidas. sutilezas que remetem a Suzhou, cidade onde nasceu.

Só o essencial. Ao modernizar este antigo sobrado em Xangai, o estúdio Neri & Hu rasgou as paredes em busca de luz e adotou amplas vidraças, mas preservou a história em elementos como o pórtico, tingido de preto fosco.

Escrita de valor. Para recuperar a tradição de escrever à mão, o Chi-Chi design criou a Brush Pen com mogno, alumínio, porcelana e silicone. Vendida por US$ 60, no estúdio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

CONSTRUÇÕES NO LITORAL REQUEREM MAIS CUIDADOS JURÍDICOS E NA OBRA QUE NO INTERIOR




Ter uma casa na praia para onde se pode fugir nos dias de folga é o sonho de muitas pessoas. Entretanto construir na praia requer alguns cuidados para que a tão sonhada casa de veraneio não se transforme em pesadelo.

O primeiro cuidado está relacionado ao local em que a casa vai ser construída. A documentação do terreno deve ser cuidadosamente estudada com a ajuda de especialistas, já que muitos terrenos no litoral não possuem escrituras definitivas, são apenas posses.

Outra questão importante relacionada ao sítio são os cuidados com as características naturais dos terrenos e com a questão ambiental. Muitas áreas do nosso litoral são atualmente consideradas APAs (áreas de preservação ambiental) ou APPs (áreas de preservação permanente).

No primeiro caso, qualquer construção demandará estudos ambientais específicos relativos ao impacto ambiental que a construção pode causar. No segundo caso, das APPs, qualquer construção é proibida. Porém, é frequente a compra “cega” de terrenos em áreas de preservação e somente após os primeiros estudos e o desembolso de quantias razoáveis de dinheiro o proprietário descobre que não é permitido construir no local.

Inundações e subsolos
Outro entrave é a localização: muitos terrenos no litoral estão ainda em áreas pouco urbanizadas, onde não há distribuição de água ou esgoto  e alguns lotes sequer possuem distribuição de energia elétrica. Assim, veja se a intenção é realmente construir em um local sem infraestrutura ou se uma área mais urbanizada vai lhe satisfazer mais.

Além disso é importante verificar se o terreno almejado não está sujeito a inundações. Este é um problema que pode acontecer em qualquer lugar, mas no litoral é comum haver lotes em áreas muito baixas, em cotas próximas ao nível do mar e que podem alagar facilmente. Se a água pode ser um problema, a terra também é: terrenos de praia podem oferecer problemas para a escavação.

Construir subsolos frequentemente é uma tarefa difícil e cara, já que o nível da água se encontra muito próximo das camadas superficiais do solo. Se grandes escavações são condição importante para a futura construção, vale a pena investir em sondagens do subsolo antes da aquisição do lote.

Maresia
Após resolver as questões da compra do terreno e da verificação dos condicionantes legais, ambientais e de cunho mais específico, como o solo, vem a construção em si. A rigor qualquer tipo de material pode ser utilizado em uma obra na praia, mas cuidados especiais devem ser tomados para se evitar o desgaste excessivo dos componentes da construção pela maresia.

Essa névoa “fina” e salgada, que paira sobre as cidades litorâneas, pode destruir objetos diversos como cadeiras de praia e automóveis, passando por elementos das construções. A força da maresia varia conforme a cidade e frequencia das ondas do mar no local ou a intensidade do vento. Quanto mais próxima do mar estiver a construção, mais ela tende a sofrer com a ação desse vapor aquoso e salgado.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PRINCÍPIOS ARQUITETÔNICOS


Essa é uma matéria muito interessante publicada pelo site CLIQUE ARQUITETURA, que mostra um pouco mais sobre o "universo" da Arquitetura para todos aqueles que gostam e tem curiosidade sobre o assunto.

Analisar um ambiente parece algo simples: paredes, objetos, cores e texturas. Mas para os profissionais que trabalham com o espaço, esta é uma tarefa bem mais complexa: planos, superfícies, formas, escalas, texturas, cores...
O objetivo deste texto não é explicar todo o assunto, até porque seria longo, mas sim permitir uma compreensão maior do trabalho do profissional da construção e da decoração e sua importância.
Quem gosta de se aventurar neste campo, para ter sucesso, deve dominar estes princípios.

Arte
A arte está diretamente relacionada à expressão, sendo algo sensorial. Através dela sentimos, indagamos, analisamos e conhecemos o mundo à nossa volta. Ela é a maneira pela qual o homem expressa suas ideias e pensamentos e faz com que os demais sintam o que se passa por dentro de sua mente e de seus sentimentos.
Cada período da história apresentou uma arte com características próprias: no período clássico imitava-se a natureza, durante o período medieval foi muito utilizada pela religião (igrejas) e já foi e ainda é utilizada para expressar prazer ou fenômenos sociais.

Arquitetura
A Arquitetura é considerada uma arte. Através dela o ser humano representa épocas, permite mudanças e faz releituras de situações.

Ela permite ver o espaço de maneira articulada e trabalhar seus elementos para criar sensações, agindo diretamente no íntimo do usuário daquele espaço. Exatamente por isso tem responsabilidade social e funciona como uma ferramenta de leitura, análise e construção de ambientes que serão vividos e que abrigarão relações pessoais em seu interior (isso explica a importância do arquiteto na sociedade) - Leia também: Arquitetura: Qualidade de Vida

O “Espaço”
O homem habita e estabelece relações com o espaço: dentro/fora, longe/perto, separado/unido.
A maneira como entendemos este espaço depende de nossas vivências. Assim se somos pedestres, vemos a cidade de certa maneira, mas se somos motoristas, temos outra visão.
O espaço é determinado por alguns elementos:
Verticais: estas formas são mais ativas e delimitam bem o espaço criando a sensação de fechamento;
Horizontais: são elementos mais tranquilos e marcam principalmente planos.


Seguem alguns desenhos que exemplificam como os elementos geram espaços e sensações diferenciadas:

A disposição dos elementos e a formação do "espaço". Fonte: Portal Clique Arquitetura.

1) Primeiro temos um plano determinando um espaço acima e abaixo dele (podemos chamá-lo de plano base);
2) Quatro elementos verticais criam uma tensão entre eles gerando a sensação de que há um espaço no seu interior;
3) Um plano sobre o plano base cria um espaço à sua frente;
4) Dois planos sobre o plano base criam um espaço que direciona para a direita;
5) Dois planos paralelos criam um corredor entre eles, assim como a sensação de circulação;
6) Três planos sobre o plano base geram um espaço com apenas um lado aberto;
7) Quatro planos sobre o plano base criam um “cômodo” que visto de cima mostra-se fechado e protegido, apenas com sua parte superior livre.

Características do Espaço Arquitetônico
O espaço possui:
Tamanho (comprimento, largura, profundidade);
Forma, que é seu contorno (formas geométricas como o cubo, o círculo, o prisma, o triângulo...);
Cor (resultado da incidência de luz) e textura (principalmente é algo tátil e interfere na maneira como o objeto reflete ou absorve a luz que incide sobre ele);
A maneira como são distribuídos e organizados, geram sensações e organizam o dia-a-dia do ser humano.
Estes objetos podem ser posicionados de diferentes maneiras, orientações e de acordo com isso pode ser inerte ou criar a sensação de que é instável.
Neste exemplo, um cubo está apoiado no plano (inerte) enquanto o outro se equilibra sobre um de seus vértices (gera a sensação de instabilidade, parecendo que irá cair).


Diferentes posições e sensações. Fonte: Portal Clique Arquitetura.

Aberturas
As aberturas são responsáveis por determinar os acessos e circulações, ou seja, o uso daquele determinado espaço.

As portas permitem o acesso direto, enquanto as janelas favorecem não só as entradas de luz e de ventilação como também estabelecem relações visuais unindo os espaços contíguos(vizinhos). A maneira como sentimos os ambientes depende das características destas aberturas.
Alguns exemplos:


Centralizada Ampla | Centralizada Pequena. Fonte: Portal Clique Arquitetura.


Descentralizada. Fonte: Portal Clique Arquitetura.

Zenital (abertura no teto) | Na aresta. Fonte: Portal Clique Arquitetura.

Vertical | Horizontal. Fonte: Portal Clique Arquitetura.

As aberturas de portas e janelas, como podem perceber, geram sensações diferenciadas no ambiente em função do modelo escolhido.

Beleza
Definir o que é belo é uma questão filosófica que perdura há muitos séculos. Mas no geral, algo se torna belo em função de:
Sua forma (linhas, superfícies, volume, cor, luz, texturas);
Seus detalhes (harmonia, contraste, continuidade);
Sua funcionalidade;
Por ser inovadora (releitura);
Por possuir significado (identificação com os usuários).

Elementos
Podemos reunir as diversas formas criando continuidade (uma ao lado da outra de maneira linear), articulá-las, fazer uma penetrar na outra. Podem ainda ser apenas uma unidade ou ainda ser a reunião de várias.
É possível estudar muitas maneiras de ver estes objetos combinados. Abaixo segue um exemplo visual.


À esquerda formas simples aglomeradas e à direita formas sobrepostas | Reunidos nesta posição criam linearidade. Fonte: Portal Clique Arquitetura.


Da sobreposição dos dois retângulos foi subtraído o elemento que surgiu, criando um espaço interno livre. | O espaço interno, mais baixo, é introspectivo, como em salas íntimas (imagine-se entrando nele). Fonte: Portal Clique Arquitetura.

O espaço mais alto, como o movimento de subir degraus, eleva o espírito (como em museus e igrejas). Fonte: Portal Clique Arquitetura.

Exemplos de Arquitetura
Após mostrar alguns elementos, podemos observá-los na prática! Identifique-os nas imagens abaixo.
Os dois arquitetos selecionados possuem linguagem bem diferentes, Frank Gehry trabalha com formas que transmitem inconstância, já Frank Lloyd Wright trabalha planos e materiais mais harmoniosos e que transmitem tranquilidade e harmonia.


Casa em Venice, Califórnia. Arquiteto Frank Gehry. Fonte: GreatBuildings.


Casa em Ohiopyle, Pensilvânia. Arquiteto Frank Lloyd Wright. Fonte: GreatBuildings.

Conclusão
Através da arte podemos expressar o que sentimos. Existem muitos tipos de arte e uma delas é a arquitetura. Através desta o arquiteto analisa as formas, superfícies, planos, arestas e todos os elementos que compõe o espaço, permitindo que sua reunião transmita ideias e conceitos.
Seja em pequenos ambientes seja em cidades, a distribuição dos elementos definem sensações e norteiam atitudes. Geram ação ou inércia (verticalidade/cores fortes ou horizontalidade/cores neutras respectivamente), definem percursos ao estabelecer caminhos como corredores e calçadas, enaltecem edifícios ou ainda podem criar locais desagradáveis caso seja a intenção.
Usamos estes elementos em tudo: ao criar pórticos para marcar acessos, ao criar escadas para subir ou descer, ao escolher as cores das paredes e dos objetos.
O espaço criado por cada um reflete a leitura que possui da realidade. Expõe sua personalidade e diz muito sobre quem é (passado, presente e futuro).
O ambiente pode influenciar positivamente ou negativamente as pessoas (confira o artigo Ambiente e Saúde). Pode ajudar a vender mais, a trazer mais prazer para o dia-a-dia, fortalecer laços pessoais, favorecer a boa saúde - para saber mais, conheça os princípios divulgados pelo Feng Shui. O importante é perceber o espaço e trabalhar corretamente seus elementos em função de quais objetivos se quer atingir.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

AS CIDADES FANTASMA E AS CIDADES INVISÍVEIS

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/cidadesparapessoas/category/planejamento-urbano/
Reportagem: Natália Garcia
Fotos extraídas de Plataforma Urbana 


À primeira vista, a foto acima parece ter sido tirada em Paris. Mas um olhar mais atento nota que há algo estranho na paisagem da capital francesa. De outros ângulos, fica ainda mais claro que essa não é a Cidade Luz.


Essas imagens são de Tianducheng, uma réplica de Paris construída em 2006 na província chinesa de Zheijiang, que tem uma Torre Eiffel e um Arco do Triunfo próprios. Tianducheng foi concebida para uma população de aproximadamente 10 mil habitantes, mas não conseguiu atrair mais de 2 mil. Hoje é uma cidade fantasma sem lastro cultural, com escassa atividade econômica e prédios vazios por serem inacessíveis financeiramente a grande parte de seus moradores – ao lado de habitações informais. 


Essa é apenas uma das muitas cidades fantasma que foram construídas no mundo sem terem tido a capacidade de atrair moradores.

Mas por que essas cidades não deram certo?

O urbanista e sociólogo Henry Lefebvre enunciou o que deveria ser a regra de ouro do planejamento urbano: as funções determinam as formas, que determinam as estruturas. Nas cidades medievais, por exemplo, a função de proteção da terra criou estruturas muradas ao longo das manchas urbanas. Já nas cidades mercantilistas, as pequenas vielas desembocavam em largos estruturados para atender à função dos mercados de rua.

O que ocorreu após a Revolução Industrial foi uma aceleração do crescimento econômico em uma escala monstruosa, e o vetor de Lefebvre foi invertido. Em vez de as estruturas estarem a serviço das funções das pessoas, as pessoas passaram a ficar a serviço de estruturas. Estruturas de trabalho e de gestão política e das próprias cidades. Para manter o crescimento econômico industrial, projetos de hardware (ou seja, infraestrutura) foram criados sem pensar nos softwares (usos possíveis dessa infraestrutura).

O que acontece é que junto com as cidades fantasma, o mundo tem uma porção de cidades informais, invisíveis. Compare por exemplo, a imagem que o Google Maps mostra da favela de Kibera, uma das maiores do mundo, em Nairóbi, no Quênia:


Com a imagem de satélite da mesma região:


Essas cidades invisíveis criam margens periféricas à formalidade. Em geral não são contempladas nem pela economia nem pelo poder público formais – portanto criam os seus próprios. E, talvez o maior importante, são as áreas que mais crescem nas ondas de urbanização mundiais, de acordo com Mike Davis, autor de Planeta Favela.

O inchaço das cidades invisíveis quando há uma porção de cidades fantasma pelo mundo mostra a urgente adaptação do planejamento urbano para uma disciplina mais focada em processos e menos focada em estruturas – a exemplo do que tenta fazer o Department Planing Unit da University College of London. Mas uma das iniciativas mais interessantes que tenta contemplar as cidades invisíveis está fora da academia. O Slum Dwellers International está tentando mapear manchas urbanas informais pelo mundo, criar programas de gestão informais dessas cidades e plataformas de trocas de informações e experiências entre favelas. Em outras palavras: eles estão construindo um mapa-mundi em negativo, que joga luz e esses emaranhados urbanos que não enxergamos, porque estão invisíveis à formalidade. De acordo com o SDI, pode ser que as cidades invisíveis até o final do século 21 acumulem a maioria das pessoas do mundo. Para Davis, a mão de obra mundial já é majoritariamente informal. “Se o dinheiro que circula pelo planeta fosse lastreado no trabalho das pessoas, o ranking das economias seria invertido”, diz Davis.

É urgente a reinversão do vetor de Lefebvre à ordem direta. Em vez de formatar pessoas que caibam nas estruturas das cidades, precisamos recuperar a habilidade de planejar cidades que contemplem a diversidade das pessoas. 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

SUSTENTABILIDADE - ARQUITETOS ERGUEM CASA DE CONTÊINERES E PET

Fabiula Wurmeister
Do G1 PR, em Foz do Iguaçu

Materiais integram a maior casa de contêiner do Brasil, em Foz do Iguaçu.
Alternativas foram apresentadas ao público a partir do dia 16 de outubro até 17 de novembro.



 Uma equipe de arquitetos de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, projetou uma casa que, dizem, é a maior do Brasil feita a partir de contêineres. Não é só o tamanho, 500 m², que chama a atenção. O piso é de bambu, os revestimentos nas paredes e no teto de alguns dos cômodos são de fibra de garrafa pet e no chão madeira plástica e bambu – tudo em prol da sustentabilidade e da reutilização de materiais sem prejuízo à qualidade dos empreendimentos. O projeto foi apresentado no dia 15 de outubro, data marcada para a inauguração da CasaFoz Design, evento de arquitetura e construção que reúne trabalhos de 55 profissionais da cidade e da região e envolve 250 empresas.

A proposta, explica a arquiteta Karin Nisiide, uma das responsáveis pelo projeto, é reunir tecnologia, inovação e sustentabilidade para provar que materiais que iriam para o lixo podem ser alternativas ecologicamente corretas na construção civil, na arquitetura e na decoração. “Tudo o que foi criado para o evento pode ser usado em qualquer casa ou escritório.” Ainda pouco difundido no Brasil, o uso de contêineres na construção foi uma solução encontrada por países como o Japão e a Holanda.

A casa tem 30 ambientes divididos em 15 contêineres, incluindo o que serviu para a piscina de 9 metros de comprimento por 2,5 metros de largura. “No transporte marítimo, eles têm vida útil de cerca de dez anos. E, em outros usos, como na construção civil, pode chegar a 90 anos”, cita a arquiteta ao lembrar que os usados na obra tiveram reproduzidos os códigos que indicam onde e que materiais transportavam. “Esta certificação é importante para se ter certeza por exemplo de que não transportou materiais tóxicos.”

Fibras feitas de garrafas pet substituem as de vidro e combinadas com técnicas de ventilação cruzada ajudam no melhor aproveitamento da luz do sol e a manter a temperatura interna agradável, diminuindo ainda o uso dos aparelhos de ar-condicionado e de luz artificial. Outra técnica é a do teto verde: uma espécie de gramado que substitui lajes e telhas convencionais. “As opções foram pensadas com base na ideia de reutilizar, reduzir e reciclar”, explica.


Nas salas, na cozinha, no banheiro e nos quartos, mosaicos feitos com restos de mármore revestem as paredes e incrementam a decoração. “O material é sobra que fica acumulada nas marmorarias. Uma das alternativas para o descarte correto pode ser este, quase sem custo de material”, observa o organizador da Casa Foz Design, Ralf Smaha. “Quando se pensa em reaproveitamento, nem sempre o retorno é a economia imediata, mas a ideia de se contribuir com o meio ambiente”, completa.

Em relação aos custos, Smaha adianta que são praticamente os mesmos de uma construção de alto padrão feita com materiais comuns, o equivalente a R$ 2 mil o metro quadrado, contando o transporte dos contêineres do Porto de Paranaguá, no litoral do estado. “Uma das vantagens é o tempo de conclusão da obra. A estrutura desta casa ficou pronta em duas semanas”, compara o administrador. “A médio e longo prazo, a economia deve passar dos 30%.”

A localização da casa contêiner, que depois do evento deverá ser transformada em um conjunto de salas comerciais, também tem como objetivo incentivar a revitalização e recuperação da região, uma das mais tradicionais de Foz do Iguaçu e que integra o corredor turístico da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. A Avenida das Cataratas liga o aeroporto e o Parque Nacional do Iguaçu ao centro da cidade.
Atividades artísticas

A CasaFoz Design estará aberta ao público de 16 de outubro a 17 de novembro. Além de palestras com especialistas, o evento contará com atividades paralelas como exposições de artes visuais, shows, desfile de moda, degustação de vinhos, exibição de filmes (longas e curtas), sarau de poesia, feira de produtos orgânicos, contação de histórias, cozinha-show e bazar de móveis e objetos usados nos projetos de decoração.
Mais informações sobre o projeto e a programação podem ser obtidas no site do evento.

http://www.casafozdesign.com.br/


Fonte: http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2013/10/pela-sustentabilidade-arquitetos-erguem-casa-de-conteineres-e-pet.html

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SUSTENTABILIDADE - REAPROVEITAMENTO DA OBRA

Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Galeria-de-fotos/fotos/2013/10/reaproveitamento-na-obra.html


O site da Revista Casa e Jardim mostra uma matéria interessante sobre a criatividade, onde é possível dar nova vida a materiais que iriam para a caçamba e reduzir os custos da construção ou reforma. Sobras de madeira se transformam em armário, pregos garimpados viram ganchos de parede e até a lata de tinta pode ser uma lixeira de estilo.


Divulgação


Na reforma do imóvel dos anos 1950, os profissionais da Apiacás Arquitetos, ao quebrar as paredes, se depararam com a enorme quantidade de tijolos originais, de excelente qualidade. Ao erguer novas, misturaram cacos dos tijolos ao concreto


Edu Castello/Casa e Jardim


Pregos garimpados em obras da arquiteta Kita Flórido viraram ganchos na parede


Victor Affaro/Casa e Jardim


Aqui, o reaproveitamento nem é da reforma do morador Lufe Gomes – mas de seu vizinho! Tacos iguais ao dele foram retirados de outro apartamento e usados para completar o piso na cozinha, que foi integrada à área socialLufe Gomes e 


LeãoVictor Affaro/Casa e Jardim


Como o terreno era enorme, Narcisa Leão transformou a enorme casa em um espaço de eventos e construiu outra, menor, para morar. O pórtico de mogno da construção antiga foi transformado em mesa pela designer de interiores Moema 


Lufe Gomes e Victor Affaro/Casa e Jardim


Sob a mesa do escritório, o fotógrafo Lufe Gomes transformou a lata de tinta, usada pelos pedreiros na reforma, em lixeira


Divulgação


A cozinha precisava de um suporte para louças. Com mãos-francesas e tábua de madeira, encontradas na reforma e lixadas, o designer de interiores Guilherme Saggese e o arquiteto Jorge Nascimento idealizaram a prateleira


Edu Castello/Casa e Jardim


No fim da obra, quando o dinheiro estava curto, a arquiteta Kita Flórido olhou para uma pilha de madeira com as sobras e começou a separar o que dava para reutilizar. Depois de descupinizadas e impermeabilizadas, as tábuas viraram armário no quarto


Luis Gomes/Casa e Jardim


Para projetar o jardim de seus sonhos, a arquiteta Flavia Petrossi retirou toneladas de terra até o vizinho dos fundos. Muito perto da casa havia um muro de arrimo que escurecia tudo. Ele foi demolido e as pedras foram aproveitadas no paisagismo

Edu Castello/Casa e Jardim


A porta estava abandonada em uma antiga edícula. Quando a arquiteta Kita Flórido transformou a pequena construção na casa de Paula Gomes, ela foi resgatada e repaginada.

Edu Castello/Casa e Jardim


A lareira tem moldura de pedras retiradas do terreno. Projeto do arquiteto Ernesto Tuneu.